Conhecida entre deputados pelo apelido de Tuca, Mariângela Fialek — alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira, 12 — era vista como uma espécie de “gerente” do orçamento secreto durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL) na Presidência da Câmara.
Considerada braço-direito de Lira na articulação de emendas parlamentares, Mariângela atuou como assessora técnica da Presidência da Câmara durante sua gestão e, atualmente, segundo o portal da Casa, está lotada na liderança do PP.
Servidora comissionada, Fialek já trabalhou com o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) e, no governo Michel Temer (2016-2018), integrou a Secretaria de Governo da Presidência da República. No governo Jair Bolsonaro, atuou no Ministério do Desenvolvimento Regional, sob gestão do então ministro Rogério Marinho.
Mariângela chegou à Câmara em março de 2021 e rapidamente se tornou peça central no funcionamento do orçamento secreto. Diversos ofícios de deputados e senadores solicitando a mudança de destinação das verbas eram encaminhados diretamente a ela, e não ao relator-geral do Orçamento.
A investigação que agora a envolve começou a partir de um depoimento do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que acusou Lira de manipular o orçamento secreto — esquema revelado pelo Estadão. O deputado José Rocha (União-BA), ex-presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, também foi ouvido pela Polícia Federal.
Nesta manhã, policiais federais cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Brasília, um deles no gabinete de Mariângela na Câmara. Ela é investigada por peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção.