Novas imagens de segurança e evidências periciais contradizem o depoimento do marido de Katiane, a jovem de 25 anos que morreu após cair do décimo andar de um prédio em Moema, Zona Sul de São Paulo. O homem, identificado como Alex, de 40 anos, com extensa ficha criminal, é o principal suspeito de ter jogado a esposa do apartamento.
A polícia do 89º Distrito Policial (DP) de São Paulo realizou a prisão de Alex após ele retornar à capital paulista, visto que o velório da jovem foi realizado no Ceará. O suspeito nem esboça reação ao ser abordado pelos investigadores.
Cronologia da agressão e o crime
As novas imagens de segurança do condomínio mostram a chegada do casal ao prédio no dia do crime, revelando momentos de tensão e agressão. A sequência de eventos indica o estado de nervosismo e medo de Katiane.
- Chegada ao condomínio: Katiane desce do carro e se esconde atrás de uma pilastra no hall do prédio.
- Perseguição na garagem: Alex passa e, ao notar a ausência da esposa no hall, volta. Katiane corre pela garagem, e Alex a segue.
- Elevador separado: Katiane consegue entrar sozinha em um dos elevadores, enquanto o marido aparece entrando em outro.
- Encontro e tensão: Na sequência, os dois entram juntos em um elevador. Alex aparenta estar nervoso, fazendo um gesto com as mãos, como se tentasse esganar a esposa.
- Acesso ao apartamento: Ao chegarem ao décimo andar, o suspeito a retira do elevador com força, e os dois seguem para dentro do apartamento.
Evidências contestam depoimento do suspeito
Em seu depoimento à polícia, Alex alegou que Katiane se trancou no banheiro enquanto ele estava no quarto, sugerindo que ela teria cometido suicídio. No entanto, a investigação encontrou a porta do banheiro arrombada, o que enfraquece a versão do marido e indica a possibilidade de uma luta ou de uma agressão prévia ao arremesso.
Vizinhos relataram à polícia que ouviram gritos e muito barulho vindo do apartamento do casal. Pouco tempo depois, um novo barulho foi ouvido; a jovem de 25 anos foi encontrada no chão da garagem do prédio, já sem vida.
Após a queda, as imagens de segurança mostram o marido entrando no elevador e descendo até a garagem, onde ele parece desesperado e tenta reanimar a vítima. Os socorristas chegaram minutos depois e confirmaram a morte de Katiane.
Manipulação de provas
A versão de Alex foi ainda mais contestada com a análise das câmeras de segurança internas do apartamento. Ele havia afirmado à polícia que as filmagens comprovariam que a esposa teria se jogado.
Contudo, ao realizar a leitura do chip, o Instituto de Criminalística verificou que o material estava corrompido e que a gravação havia sido interrompida minutos antes do crime ser cometido. A manipulação da gravação é vista pelos investigadores como uma tentativa de encobrir o crime.
Alex já cumpriu pena por roubo, furto e sequestro relâmpago. Quando tinha 18 anos, ele chegou a ser apontado como sequestrador do sobrinho do então Senador Eduardo Suplicy. A polícia não descarta a possibilidade de que ele seja um membro de uma facção criminosa, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
As novas imagens e a perícia são cruciais para a elucidação do caso. A Polícia Civil de São Paulo mantém o suspeito preso enquanto a investigação continua para confirmar a autoria e a motivação do crime.