Na decisão que determinou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Ministro Alexandre de Moraes destacou dois fatores técnicos cruciais: a notificação de violação da tornozeleira eletrônica e o risco iminente de fuga para embaixadas em Brasília.
Segundo o documento, informações técnicas enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) fundamentaram a necessidade da detenção imediata para evitar que o ex-presidente se furtasse à aplicação da lei penal.
Violação do monitoramento eletrônico
O texto da decisão revela que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF uma ocorrência de violação no equipamento de monitoramento de Bolsonaro. O registro ocorreu à 0h08min desta sexta-feira, 22 de novembro de 2025.
Para Moraes, a informação técnica constata "a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga". O ministro argumentou que tal ato seria facilitado pela confusão causada pela manifestação convocada por aliados do ex-presidente para a porta de sua residência.
Proximidade com Embaixadas e risco de asilo
Outro ponto central na argumentação do magistrado é a localização geográfica da residência de Bolsonaro, no condomínio Solar de Brasília. A decisão sublinha que o imóvel está localizado a cerca de 13 km do Setor de Embaixadas Sul, onde fica localizada, por exemplo, a embaixada dos Estados Unidos.
O documento detalha que essa distância pode ser percorrida em aproximadamente 15 minutos de carro. Moraes relembra no texto que, durante as investigações, apurou-se que o ex-presidente já havia planejado uma fuga para a embaixada da Argentina.
Diante da "tentativa de fuga" evidenciada pela violação do equipamento e pela facilidade de deslocamento, o ministro concluiu que deixar o crime "à mercê de seu suposto autor" colocaria em risco a efetividade da Justiça, determinando assim o recolhimento imediato do ex-presidente.