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Excesso de IA e internet pode causar preguiça mental; entenda o que é
Rawpick/Freepick

Você recorre à Inteligência Artificial (IA) para tirar qualquer dúvida, por menor que seja? Se a resposta for sim, atenção: o hábito de terceirizar o raciocínio para as máquinas pode estar cobrando um preço alto da sua saúde cognitiva.

O fenômeno, apelidado em inglês de "Brain Rot" (ou "Cérebro Podre", em tradução livre), descreve um estado de deterioração mental causado pelo consumo excessivo de conteúdos digitais superficiais e pela falta de desafios intelectuais.

Vivemos em tempos de facilidade tecnológica, mas o custo pode ser a nossa própria capacidade de pensar. Ao consumirmos conteúdos rasos e utilizarmos a IA para resolver todos os nossos problemas, enfraquecemos funções cognitivas vitais. 

Os principais sintomas desse "apagão" mental incluem:

  • Falhas na memória;
  • Diminuição do potencial criativo;
  • Dificuldade em reter informações;
  • Empobrecimento do vocabulário.

Estudos da Universidade da Pensilvânia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) já indicam que depender demais da IA para produzir textos ou solucionar questões enfraquece o processo de aprendizado.

Para entender o risco, basta imaginar o cérebro como um músculo do corpo humano. O médico João Brainer de Andrade, da Academia Brasileira de Neurologia, faz um alerta claro:

"O nosso cérebro é como se fosse um músculo. Se a gente passa a não utilizar o músculo, naturalmente ele vai atrofiar."

Ao delegar tarefas simples para algoritmos, deixamos de "levantar peso" com a mente, resultando em uma espécie de sedentarismo intelectual.

O caos da desconexão: um estudo de caso real

A dependência ficou evidente nesta semana, quando uma falha no serviço da Cloudflare afetou plataformas como a Amazon e o ChatGPT. O que deveria ser apenas um problema técnico se transformou em um "susto" produtivo para muitas empresas.

Thiago Muniz, empresário do setor de tecnologia, relatou que sua equipe — acostumada a produzir mais de 60 conteúdos diários com auxílio de IA — sofreu uma queda drástica de performance. "Tivemos que fazer um plano de contingência. Tentamos agilizar coisas que seriam manuais e, claro, perdemos bastante da performance da semana", afirmou.

Para os funcionários, a experiência de trabalhar "offline" foi descrita como assustadora. A necessidade de usar ferramentas básicas, como uma agenda de papel ou um editor de texto sem corretor inteligente, expôs a fragilidade criada pela conveniência tecnológica. "Tive que usar 100% do cérebro", relatou uma funcionária, evidenciando como o uso parcial da cognição virou o novo normal.

A IA deve ser ferramenta, não substituta

Especialistas reforçam que a tecnologia não é a vilã, mas sim a forma como a utilizamos. Assim como a eletricidade causou medo quando foi inventada, a IA generativa traz receios, mas também avanços.

A recomendação médica e tecnológica é unânime: a Inteligência Artificial deve ser usada como uma ferramenta de apoio sob supervisão humana, e nunca como uma substituta total do raciocínio. Terceirizar a responsabilidade de pensar para a máquina é o caminho mais rápido para a estagnação mental.

Fonte: Band.
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