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Entenda como funciona a 'fábrica de espiões' russos que atua no Brasil
Crédito: Denis Zinoviev

Uma “Fábrica de Espiões” da Rússia no Brasil é o destaque do jornal New York Times desta quarta-feira. A Polícia Federal identificou nove oficiais russos com identidades brasileiras, com apoio dos serviços de inteligência dos EUA, Israel, Holanda e Uruguai.

Os espiões russos não espionavam o Brasil. Vinham para criar identidades falsas que depois usavam em missões em outros países. Um deles, Artem Shmyrev, que se passava por Gerhard Daniel Campos Wittich, cidadão brasileiro, 34 anos, montou uma bem-sucedida empresa de impressão 3D, morava em um apartamento de luxo no Rio, tinha uma namorada brasileira e uma esposa na Grécia, também espiã russa.

“Em uma operação audaciosa e abrangente, esses espiões apagaram os rastros de seu passado russo. Abriram empresas, fizeram amigos, viveram romances — experiências que, com o tempo, se tornaram os alicerces de identidades inteiramente novas” — escreveram os repórteres Michael Schwirtz e Jane Bradley, do NYT, que investigam as operações russas no Ocidente há mais de uma década.

Uma das espiãs fabricada no Brasil abriu uma joalheria. Um terceiro foi aceito por uma universidade americana. Houve um que conseguiu emprego na Noruega. E um casal que se estabeleceu em Portugal.

A Polícia Federal levou os últimos três anos investigando a criação dos espiões russos-brasileiros. Participou de uma reação mundial iniciada depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. E prendeu dois deles, antes que desaparecessem.

Um dos presos, Victor Muller Ferreira, ia fazer estágio no Tribunal Penal Internacional, em Haia, que investigava crimes de guerra na Ucrânia, mas, barrado pela imigração holandesa, pegou um voo para o Brasil. Sergey Cherkasov, o nome verdadeiro de Victor, desembarcou em SP, onde agentes federais o monitoraram o tempo todo, em busca de um motivo legal para o prender.

E o prenderam pelo óbvio: documentos falsos. Condenado a 15 anos de prisão, depois abrandada para 5 anos, a Rússia pediu a sua extradição, alegando que ele era um traficante de drogas procurado pela polícia russa.

O presidente Vladimir Putin, ele próprio espião da KGB na Alemanha Oriental, supervisionou a formação dos espiões russos. E declarou, em entrevista em 2017: “Essas são pessoas especiais, de qualidade especial, convicções e caráter especiais.

Deixar a própria vida para trás, abandonar os entes queridos, a família, o país, por muitos e muitos anos, para dedicar a vida ao serviço da pátria, não é algo que qualquer um consiga fazer. Somente os escolhidos podem fazer isso, e digo isso sem nenhum exagero”.

Fonte: Band.
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