A defesa do empresário Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir a revogação da prisão preventiva. O pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (24).
Na semana passada, a Justiça Federal decidiu manter a prisão preventiva do banqueiro. Na ocasião, a decisão foi proferida pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.
Daniel Vorcaro foi preso pela Polícia Federal na última segunda-feira (17) enquanto tentava embarcar para o exterior em seu avião particular no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Operação Compliance Zero
O empresário e outros sócios do banco foram alvo da Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF para investigar a concessão de créditos falsos pelo Banco Master, incluindo a tentativa de compra da instituição financeira pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público ligado ao governo do Distrito Federal.
Segundo a PF, o empresário planejava viajar para Dubai para fechar negócios, e a aeronave utilizada na tentativa de embarque foi apreendida.
A Operação Compliance Zero cumpriu um total de sete mandados de prisão (cinco preventivas e duas temporárias) e 25 de busca e apreensão, além de medidas cautelares, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
Fraude bilionária
A investigação da PF aponta que o esquema criminoso envolvia a criação e negociação de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integrantes do SFN.
De acordo com a PF, o grupo teria fabricado "carteiras de crédito insubsistentes" — ou seja, ativos sem valor real de recuperação ou documentação adequada.
Estima-se que a fraude pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões. Tais títulos fraudulentos teriam sido vendidos a outros bancos para captar recursos e, após fiscalização do Banco Central (BC), teriam sido substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada.
Os crimes investigados incluem: gestão fraudulenta, gestão temerária, organização criminosa, entre outros.
A prisão de Daniel Vorcaro e a deflagração da operação levaram o Banco Central a decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master poucas horas depois da detenção do banqueiro, o que, automaticamente, interrompeu uma negociação de compra da instituição pelo Grupo Fictor.
O Banco Master havia buscado expansão no mercado de crédito e investimentos, sendo um dos pilares de seu modelo de negócio a captação de recursos com juros "muito acima da média do mercado".