A coqueluche, também conhecida como "tosse comprida", é uma doença respiratória altamente contagiosa que tem preocupado as autoridades de saúde devido ao aumento de casos, especialmente entre crianças.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação é a principal forma de prevenção, e o conhecimento sobre os sintomas e as fases da doença é fundamental para um diagnóstico e tratamento adequados, evitando complicações graves, sobretudo em bebês.
O que é coqueluche e como se pega?
A coqueluche é uma infecção respiratória aguda, transmissível e causada pela bactéria Bordetella pertussis, conforme define o Ministério da Saúde. Essa bactéria afeta a região da traqueia e dos brônquios, e sua principal característica são as intensas crises de tosse.
A coqueluche é transmissível? Sim, é considerada uma doença de alta transmissibilidade. A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto com uma pessoa infectada, por meio de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar ou até mesmo ao falar.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contato com a bactéria e o início dos sintomas, é, em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias.
Quais são os sintomas da coqueluche? As três fases da doença
Os sintomas da coqueluche se manifestam em três fases sucessivas, com a doença podendo durar de seis a dez semanas, ou até mais em alguns casos, segundo dados de vigilância epidemiológica.
Fase Catarral (1 a 2 semanas):
Início insidioso, semelhante a um resfriado comum.
Sintomas leves: febre baixa, mal-estar geral, coriza e tosse seca, leve e ocasional.
É a fase mais infectante. A tosse vai se intensificando gradualmente.
Fase Paroxística (2 a 6 semanas):
A tosse se torna intensa, incontrolável e repetitiva, manifestando-se em paroxismos (crises súbitas e rápidas de tosse, em uma única expiração).
O paciente pode apresentar dificuldade para inspirar após a crise, o que gera um som agudo, conhecido como guincho inspiratório.
Pode ocorrer vômito após a tosse, rosto vermelho (congestão facial) ou azulado (cianose) e cansaço extremo.
Em bebês, as crises podem ser mais graves, manifestando-se como engasgos e parada respiratória (apneia), conforme apontam especialistas da saúde.
Fase de Convalescença (dura semanas ou meses):
A tosse e os demais sintomas (guincho e vômitos) diminuem progressivamente em frequência e intensidade.
A tosse pode persistir por várias semanas ou meses.
O Ministério da Saúde alerta que as complicações são mais graves em crianças pequenas, especialmente as menores de seis meses. Nesses casos, a doença pode levar a quadros severos como pneumonia, convulsões, lesão cerebral e, em casos extremos, ao óbito.
Coqueluche tem cura? Tratamento e prevenção
Coqueluche tem cura? Sim. O tratamento da coqueluche é realizado com o uso de antibióticos, como os macrolídeos, e deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico, que é confirmado por testes laboratoriais, como o PCR.
O principal meio de prevenção é a vacinação, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS.
Qual a vacina da coqueluche?
Vacina Pentavalente (Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e Hepatite B): É aplicada em bebês aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Ministério da Saúde.
Vacina DTP (Tríplice Bacteriana - Difteria, Tétano e Coqueluche): É o reforço, aplicado aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Vacina dTpa (Tríplice Bacteriana Acelular do Tipo Adulto): É crucial para gestantes, sendo recomendada a partir da 20ª semana de gestação, em todas as gestações, para transferir anticorpos ao bebê e protegê-lo nos primeiros meses de vida, antes que ele possa receber o esquema vacinal completo.
A imunidade conferida pela vacina não é permanente, diminuindo ao longo dos anos, o que reforça a importância de manter o calendário vacinal atualizado e a vacinação de gestantes.